sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Influências inglesas

Visitei a baixada Santista. Ao passar por Santos, Cubatão e Paranapiacaba consegui ver que a larga influencia Britânica sobre a vida, a paisagem e a cultura do Brasil, e a presença dos ingleses em todos os setores econômicos. Isso chegou a provocar, nos fins do século passado, certa antipatia entre os brasileiros, que de certa forma os enxergavam como "colonialistas". É dessa época uma antiga trovinha de autor anônimo, cantada pelos moleques enquanto corriam atrás dos "misters":

Não se pesca mai de rede
Não se pode mai pescá
Qui já se sabe a nutiça
que os ingrês comprou o má

A verdade é que começamos a chegar muito cedo aos países das Américas, Latina e do Sul. Ainda na Época das grandes navegações. Não vínhamos propriamente como imigrantes, mas sob forma de negociantes, ou mesmo piratas. No Brasil, alcançamos à larga influencia econômica, que foi muito acentuada entre 1835 e 1912.

De qualquer forma, essa influência inglesa no progresso industrial brasileiro pode ser medida pelas suas iniciativas nesse campo. No Brasil, as primeiras fundições modernas, o primeiro cabo submarino, as primeiras estradas de ferro, os primeiros telégrafos, as primeiras moendas de engenho moderno de açúcar, a primeira iluminação a gás, os primeiros barcos a vapor, as primeiras redes de esgoto foram, quase todas, obras dos ingleses.

É possível que seu navegador não suporte a exibição desta imagem.Eles voltaram-se principalmente para o campo dos serviços públicos, como, energia elétrica, transportes coletivos e ferrovias. Depois de anos de estudo, foi iniciada em 1860 a construção da São Paulo Railway que explorou o trafego entre Santos e Jundiaí ate 1984.

Apesar de ser um inglês percebo que essa antipatia não foi à toa. Claro que os Santistas obtiveram benefícios tecnológicos muito grandes que depois acabaram ajudando muito sua economia, mas de fato, os britânicos exploraram muito a tolerância deles. Por exemplo, quando precisavam de ferro para as ferrovias, em vez de retirar do próprio Brasil, que era farto dele, importavam da Inglaterra para criar oportunidades de trabalho lá. E também não tinham dificuldades em trazer o ferro para Santos porque não eram cobrados impostos em cima dos materiais ingleses.

A pior parte é que apesar da modernização trazida por essa integração, a importação de usos e costumes europeus complicou o desenvolvimento real do país mais tarde.

Ian Michaelis

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