sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Homem urbano em Santos

Morei minha vida toda na cidade de São Paulo. Cresci nas melhores casas, freqüentei as melhores escolas. Férias? Só se for em grandes cidades como Roma, Nova York, Bali e Tóquio.
Nas últimas semanas fui arrastado por minha mulher para irmos a Santos e a vila de Parapiacaba. Fazer o que lá, pensei. Antes, para mim Santos não passava da praia para gente sem classe, enquanto eu prefiro as da Itália. Foi nessa viagem que percebi como Santos é fundamental tanto para o país todo, como para o mundo. Primeiramente pela questão toda de preservação ambiental. A região de Santos é um dos poucos lugares onde ainda há Mata Atlântica, original ainda. Plantas deixam qualquer cidade mais bonita, qual cidade européia não está cheia de parques e árvores?


Todos os arredores da cidade também são bem preservados. Cubatão é um exemplo de reconstrução ambiental, já que pelo que aprendi sofreu enormes impactos ambientais nas décadas de 70 e 80. Ainda por cima com uma enorme cidade como São Paulo por perto, é super necessário um lugar com muita vegetação para absorver todo o gás carbônico.


Mas não é só de mato que vive Santos. Nunca parei para pensar de onde vinham todos os meus sapatos e carros importados. Quer dizer, de onde vinham eu sei. A incógnita era como chegavam até o shopping Iguatemi.

Agora que me dei conta disso. O Porto de Santos é a porta de entrada para o Brasil. É por lá que chega a grande maioria dos produtos importados pelo Brasil, navios turísticos e fretados, e por onde saí toda a soja da empresa da qual sou vice-presidente. Caminhões com containeres chegando a todo o momento. A colocação deles no navio chega a ser até hilária. Pesando cerca de 20 toneladas, são levantados pelo guindaste assim como meu filhinho levanta um lego. Por onde ocorreria toda essa transição não fosse o porto?



É por isso tudo que descobri que Santos é muito mais do que eu tinha em mente antes dessa fantástica viagem. Tanto sua importância histórica como sua enorme importância atual. Pretendo voltar lá quando o calor voltar. Pois é, acho que a França pode esperar um pouco.

Julia Nogueira

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